Pressão dos patrões estimula o consumo de substâncias proibidas por motoristas de caminhão

Drogas ao Volante FETROPAR

Prazos curtos e a pressão para o cumprimento de longas distâncias estão gerando resultados assustadores para motoristas de caminhão: estudos indicam que um em cada três pode estar dirigindo sob efeito de drogas nas rodovias brasileiras.

O uso de substâncias químicas como rebite, cocaína e até mesmo o crack se tornou uma prática comum entre motoristas de caminhões. Diante da necessidade do trabalhador de cumprir os horários estipulados, levando a mercadoria ao destino o mais rápido possível, o motorista não enxerga outras alternativas além do uso de substâncias químicas. Dessa maneira, ele permanece acordado durante dias na obrigação de cumprir as metas estabelecidas.

O rebite é a substância mais utilizada, causando falta de sono e também dependência. É uma anfetamina que tem sua venda proibida há quatro anos. O contrabando e altos preços são os meios de conseguir o remédio. Existem também motoristas que usam cocaína e crack juntos para conseguir dirigir durante muitas horas seguidas.

Consequências do uso de drogas

Além do desgaste físico por permanecer durante dias sem dormir e do risco constante de se envolver em acidentes, o trabalhador se sente pressionado por ter que, obrigatoriamente, cumprir metas difíceis. A noção de tempo e espaço do trabalhador também é afetada, fazendo com que o caminhoneiro percorra as rodovias em alta velocidade.

As consequências do uso de drogas são preocupantes. O trabalhador pode sofrer com inúmeros riscos à saúde, entre eles hipertensão arterial, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Tais danos se dão porque as drogas utilizadas pelos caminhoneiros são classificadas como estimulantes. Elas aumentam a atividade cerebral, estimulando o funcionamento e ativando a pressão arterial, deixando o usuário bastante agitado e sem sono.

Nova Lei do Caminhoneiro

A nova legislação estabelecida pela chamada Lei do Caminhoneiro – que retirou uma série de direito dos motoristas – aumentou a exposição do trabalhador a diversos riscos durante suas longas jornadas de trabalho, desprotegendo completamente o profissional.

Para a Fetropar, os prejuízos causados pela Lei do Caminhoneiro são muitos. As condições de trabalho devem ser melhoradas para que menos vidas se percam pelas estradas do Brasil.

Fonte: Fetropar

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